Café Filosófico I

Assistindo uma palestra do Professor Leandro Karnal no Café Filosófico, ele fez uma analise absolutamente sensacional sobre Hamlet de Shakespeare .

Nessa palestra, o professor, traz o mais ou menos o seguinte: o que eu responderia se nada fosse relevante a não ser minha decisão e nada garantisse que essa decisão fosse correta? Vivemos a vida tão carente de significado que temos a necessidade urgente de "pertencer".  E fazemos isso interpretando papeis que a sociedade impõe. Nós tomamos decisões ou deixamos de tomá-las porque o outro é o obstáculo. No fim, preferimos ficar protegidos pela crítica do que largados pela indiferença.

Eu tenho estado num limbo sem tamanho. Com uma dificuldade monstruosa de querer "fazer coisas", tenho me questionado muito à respeito das minhas decisões. Tenho sentido um chamado urgente vindo de dentro do meu ser. Talvez seja minha consciência despertando?  

Não sei. Não acho que vou ter uma resposta. Nem quero. Eu quero entrar nesse mundo desconhecido de mim mesma. Quero descobrir quem sou eu debaixo da Renata fabricada pela sociedade. 

Estamos tão acostumados a viver do lado de fora que fica difícil saber o que realmente nos completa. Já fiz várias pesquisas e encontrei várias repostas mas..... nenhuma delas são minhas.  

Eu adoro ler o que os filósofos, pensadores e autores falam sobre a vida porém, eu tenho um amigo que não me deixa esquecer que "o dedo que aponta para a lua não é a lua". 

Essa caminhada é individual. Eu entendo que tudo que se escreve sobre a vida são setas que te encaminham para a direção dela mas nós nos agarramos as essas setas. É como se estivemos indo para São Paulo e encontrássemos a seta apontando a direção para São Paulo e nós pegássemos a seta como se tivéssemos chegado à São Paulo. E aí ficamos ali no meio do caminho perdidos.

Sempre achei muito difícil aplicar essas teorias na minha vida. Hoje eu sei o porquê. A vida só tem sentido quando é vivida. A vida é muito grande para ser colocada em palavras.

Comentários

  1. Oi minha querida

    acabo de te responder sobre o Karnal no zap. E continuo aqui: Acho que este teu blog dá de dez a zero no filósofo. Pois ele teoriza muito e vc mete a mão na massa. Muito difícil isso de ficar dizendo para um público que vivemos sem significados. Isso é uma polêmica que vem dos gregos e é infinita. Prefiro o teu jardim, a tua mesa saborosa e colorida, a tua casa aconchegante. Vc começou esta postagem com uma pergunta e a terminou com a melhor das respostas: a vida não cabe em palavras, só em ficção. Perfeito ! Hamelet é uma obra fabulosa. Mas é isso: uma obra. No papel é muito mais fácil ser autêntico. Por isso adoro a poesia. É quando mais sou. Mas quando levanto a cabeça e me vejo dentro vida, o que mais necessito é pertencer.

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  2. Renata, assisti a palestra completamente absorto nas palavras do Leandro. A obra de Shakespeare é um mistério a ser pensado por cada um de nós individualmente. Nós somos, em essência, um paradoxo de sentimentos, pensamentos e ações. A vida é um teatro e descobri isso muito cedo. A partir dessa percepção tive que tomar uma posição de como viver daí em diante. Não saí do palco porque ninguém nunca conseguiu, porém consegui me esconder na minha consciência. Vivo numa zona sombria entre o ser e o parecer ser. Certezas? Só tenho uma: o amor pela minha família.

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